O que é "investir" e por que é necessário?



Investir passa por aplicar o dinheiro que poupamos em instrumentos financeiros que permitem que este aumente de valor. Existem imensos tipos de instrumentos embora na realidade apenas alguns são realmente essenciais – falaremos noutras publicações sobre estes.

Mas por que é necessário aplicar o dinheiro em investimentos? Por que não o posso deixar na conta à ordem ou num envelope em casa? Existem dois motivos principais.

 

1. Anular o efeito da inflação.

A inflação é o aumento generalizado e contínuo dos preços de bens e serviços ao longo do tempo – as coisas tendem a fica mais caras à medida que o tempo passa. Se precisamos de mais dinheiro para comprar a mesma coisa significa que o dinheiro perdeu valor – a inflação funciona como um retorno negativo, um destruidor de riqueza, um anti-investimento.

O valor médio da inflação rondou os 2-3% a nível mundial nos últimos 100 anos mas com grande variabilidade ao longo dos anos. Nas últimas décadas em Portugal tem rondado os 2% embora existiram picos de inflação como aconteceu em 2022. No passado em Portugal e mais recentemente noutros paises (como a Turquia, Argentina e Venezuela) a inflação atingiu valores bem mais altos.

Gráfico da evolução histórica do índice de preços no consumidor (medida de avaliação da inflação) em Portugal. Fonte globalrates.com


Se tivermos uma inflação de 2% por ano, isso significa que 100 € num ano passam a poder comprar o correspondente a 98 € no ano seguinte. Não parece uma perda de valor grande. Mas esta degradação acumula-se ao longo dos anos - após 30 anos esses 100 € passam a ter a mesma capacidade de compra que 55 € atuais, quase metade do valor. Ou por outras palavras o que custa 100€ agora custará praticamente 181 € daqui a 30 anos.

Assim, manter o dinheiro debaixo do colchão ou parado numa conta à ordem é garantia para perda de riqueza. O investimento é a ferramenta que permite manter o valor do dinheiro ou, idealmente, amplificá-lo.


2. Garantir segurança na reforma.

Um estudo da comissão europeia publicado em 2024 (PDFartigo jornal Eco) veio estimar que as pensões para quem se reformará em 2050 deverão corresponder a 38.5% do último salario. Para comparação, em 2024 as pensões  corresponderam em média a 60% do último salario. Trata-se de uma quebra assustadora e desanimadora para quem enfrenta uma vida de trabalho pela frente. Embora esta previsão não seja consensual, levanta uma incerteza grave e que deve ser tida em conta. A resposta é a criação de poupança e investimento desta de forma a construir um complemento à reforma.

Nas próximas publicações falaremos dos principais instrumentos financeiros que existem e que podemos utilizar para combater a inflação e garantir um complemento à reforma.


Poupem, invistam e relaxem!

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